"After Hours by Francisco AP" já disponível no Spotify ouve aqui.
Desde muito jovem, Francisco Aires Pereira já mostrava uma ligação com a música, influenciado pela coleção de CDs de música clássica da mãe (cantora lírica), aos 7 anos sentava-se em frente à aparelhagem com os auscultadores a ouvir Mozart e Beethoven. Mas só mais tarde, aos 13 anos, por influência do seu primo Gonçalo Maria, que já tinha um setup completo de DJ com mesa de mistura e gira-discos, é que ficou “completamente absorvido”. Foi nessa altura que a música passou verdadeiramente a fazer parte do seu dia-a-dia.
"Quando comecei a viver música diariamente estava muito absorvido na música house e ouvia muito poucas coisas além de House, os meus “heróis” eram os grandes DJs de House e Garage House - o Frankie Knuckles, os Masters at Work, Mousse T, Boris Dlugosch, Grant Nelson, Francois Kevorkian, CJ Mackintosh, Joey Negro, Daft Punk entre outros."
Quais são as tuas maiores influencias musicais?
Essa pergunta é complicada, porque sinto que tenho muitas influências musicais e em momentos diferentes. Quando comecei a viver música diariamente estava muito absorvido na música house e ouvia muito poucas coisas além de House, os meus “heróis” eram os grandes DJs de House e Garage House - o Frankie Knuckles, os Masters at Work, Mousse T, Boris Dlugosch, Grant Nelson, Francois Kevorkian, CJ Mackintosh, Joey Negro, Daft Punk entre outros. Fora do House, a minha grande influência inicial foi sem dúvida a banda Jamiroquai, ouvi o album Traveling Without Moving mesmo muitas vezes, foi talvez o meu despertar para o “groove”. Uns anitos mais tarde surgiram outras influências de música orgânica - Minnie Riperton, Patrice Rushen, George Benson, Roy Ayers, Incognito, entre outros. Também tive um certo despertar para o Rock, numa altura em que começava a lançar-me como DJ em eventos privados, por influência de certos convidados em comum que acabaram por se tornar meus amigos. Tive um ano super absorvido em música Rock, em geral mais Indie Rock, adorava ouvir Arctic Monkeys, The Kooks, Mando Diao, Franz Ferdinand e também nessa altura explorei a fundo os Pink Floyd (primeiros álbuns) e os The Doors que apesar de não ouvir tanto hoje, sinto alguma influência em mim, principalmente dos Pink Floyd, hoje em dia sinto-me muito ligado a música mais introspectiva (de viagem) definitivamente por causa dos primeiros álbuns dos Pink Floyd. No panorama atual há tantos artistas e músicos e um acesso vasto a toda a música das décadas mais marcantes que se torna difícil conseguir identificar todos os nomes que me influenciam, são mesmo muitos. (risos)
Qual foi o teu gig favorito até hoje?
Não sei se consigo dizer só um preferido, talvez alguns preferidos:
As Festas Maracujália, já toquei em algumas (inclusive na Casa da Música), são sempre gigs muito diferentes do meu habitual e com casa cheia, gostei de todas em que toquei, foram sempre especiais.
As Festas Calypso em geral também, especialmente as primeiras, quando eram ainda “House Parties” mas houve uma em específico que me marcou muito que foi uma parceria Calypso com Goat Community em que eu fechei a pista num cenário de topo de montanha, foi incrível, recebi alta energia do público, foi um momento de libertação incrível.
No Base onde sou residente também houve algumas noites mágicas, especialmente no retomar de alguma normalidade pós-pandemia, as pessoas estavam sedentas de festa, aconteceram alguns momentos que pareciam autênticos “Boiler Room”, tudo a vibrar de forma louca à minha volta.
As Festas Cumbia Ritual no Espaço Compasso. Foram das experiências mais bonitas e autênticas que tive, um autêntico ritual com uma fogueira e um pequeno discurso introdutório, um público intimamente conectado com a música e a natureza envolvente. Foi onde senti que consegui dar maior aso às minhas explorações de música mais étnica e orgânica sob o alter-ego de Shrumate.
As Festas Círculo e Cru, que infelizmente já não existem e apesar de terem sido organizadas por pessoas diferentes, foram feitas no mesmo timings e com algum público em comum e com algumas ideias musicais paralelas, gostei muito dos DJ sets que fiz nessas festas, o público estava muito conectado com a música e tudo parecia mágico nessa altura.
Top 3 músicas favoritas na tua playlist pessoal neste momento.
Mais uma pergunta difícil porque é uma questão de momentos e nomear só 3 é injusto (risos). Mas estas 3 são músicas que que já ouvi vezes sem conta e consigo voltar a ouvir outras tantas.
Gene Harris - LosAlamitosLatinfunklovesong
Zero7 feat Jose Gonzalez - Today
Donny Hathaway - Valdez in the Country
Qual foi o pedido mais fora da caixa que já recebeste por parte do público?
Já recebi alguns, não sei se posso considerar algum propriamente fora da caixa, diria mais totalmente desadequados ou descontextualizados. É muito comum nos DJ sets que faço no Base, onde o estilo de música é muito próprio e nada mainstream/comercial dizerem-me que o amigo/a ou o irmão/ã faz anos e pedirem-me uma música de parabéns ou então pedirem uma música totalmente comercial, nada relacionada com o que está a passar no momento. Infelizmente isto já aconteceu mesmo muitas vezes. (risos)
Tens algum projeto que queiras partilhar?
Sim! Gravo todas as semanas um programa de rádio “Pérola Negra Rádio” com grandes conhecedores da música e também DJs - Nuno Di Rosso, E.A.R.L, Bruma, Helena Guedes, Tomás Lobo e Paulo Cunha Martins - onde partilhamos música de todos os cantos do mundo e de diferentes décadas. Passa todos os Domingos na Rádio Oxigénio (em Lisboa), na RUM (Rádio Universitária do Minho) e na Rádio Nova no Porto. Recentemente Pai, tenho conseguido dedicar pouco tempo à produção e por isso os meus alter-egos e label estão um bocado parados mas em breve irão certamente poder ouvir coisinhas boas nos nomes “LSK (Lazy Spoiled Kid)”, “Shrumate” e “Undergarden”.
Desafiamos o Francisco a criar uma playlist para te acompanhar este Verão. “After Hours” oferece uma seleção musical envolvente e energética, proporcionando um build up para noites inesquecíveis. – "After Hours" já disponível no Spotify ouve aqui.