DAS QUESTÕES HIPOTÉTICAS AO ALTRUÍSMO EFICAZ


A vida muitas vezes leva-nos por caminhos inesperados, moldando-nos através de experiências que desafiam as nossas visões do mundo e nos abrem novos horizontes. Este é o caso de Tomás Magalhães, cuja jornada começou em Inglaterra, mas cujo destino o trouxe de volta às raízes portuguesas, onde a sua verdadeira missão se revelaria.

Nascido em solo inglês de pais portugueses, Tomás cresceu em Portugal e formou-se em física, seduzido pelas grandes questões filosóficas e pelo desejo de ensinar. Seguiu-se um mestrado em Nanotecnologia, mas ainda não satisfazia a sua ânsia por um impacto direto e imediato na vida das pessoas.

  

Foi então que decidiu focar-se num novo rumo: o empreendedorismo social. A sua jornada rumo ao altruísmo eficaz não foi apenas uma mudança de carreira, mas sim uma transformação pessoal profunda, impulsionada pelo testemunho da pobreza e a necessidade extrema em lugares como a Índia, durante as suas viagens.


O seu compromisso com o altruísmo eficaz levou-o a fundar a organização Kolkata Relief, que procura maximizar o impacto de cada ação, concentrando-se em soluções pragmáticas para problemas urgentes. Tomás e a sua equipa trabalham incansavelmente para fornecer ajuda direta às comunidades mais necessitadas, distribuindo itens essenciais, estabelecendo centros comunitários e compartilhando conhecimento com outras ONGs.

  

Kolkata Relief é suportada por donativos, angariados através da plataforma online. Tomás refere a importância dos donativos mensais, mesmo que de valores inferiores, que garantem um fluxo financeiro mais previsível e sustentável, permitindo um planeamento adequado para futuras necessidades.

  

A MESH sentiu-se solidária para com a Kolkata Relief e lançou o desafio ao Tomás de criar uma linha de joias que estivesse relacionada com a origem da associação. Desta colaboração nasceu a linha Bangla, em homenagem ao povo Bengalis proveniente da zona onde nasceu a semente da associação. Bangla (em Português Bengalês) é a língua oficial dos povos da Baía de Bengal, onde atualmente fica a cidade de Calcutá. É uma língua forte e poética de um povo que carrega uma nostalgia semelhante à do povo Português. Cada joia desta linha reverte num Relief Kit que inclui: uma tenda, um kit de primeiros socorros, uma rede contra os mosquitos, e um livro.

  

Durante a pandemia, quando não lhes era possível viajar e a associação sofreu uma paragem forçada, Tomás sentiu a necessidade de continuar a impactar a sociedade e usar o tempo livre para começar um projeto disruptivo - o Despolariza. Aproveitamos a nossa entrevista para saber mais sobre este projeto que tem crescido exponencialmente e conta com convidados especiais entre os quais, Carlos Fiolhais, Eamonn Butler, Miguel Poiares Maduro, Miguel Milhão e muitos mais.

#PODCAST DESPOLARIZA, COMO SURGIU?
“Sempre gostei muito de filosofia e andava a ler sobre tribalismo e a nossa dificuldade em comunicar uns com os outros e discordar de forma amigável, e por isso na pandemia com o bocadinho de tempo livre que tinha pensei em começar um blog sobre isto. Comecei então com o DESPOLARIZA.PT, inspirado num blog americano muito bom chamado Wait but Why, para falar essencialmente da polarização e destas questões numa forma científica, mas ao mesmo tempo leve e divertida. Por acaso correu muito bem o blog, logo o primeiro artigo atingiu bastante alcance.”

#NO PODCAST SEMPRE TIVESTE CONVIDADOS? OU COMEÇASTE APENAS TU SOZINHO?
“Ainda não tive coragem de fazer um vídeo só comigo a falar, tenho sempre a companhia de outras pessoas. Sou bastante criativo e perfeccionista, tenho sempre várias ideias para vídeos, “despolarizar” alguns assuntos e temas, só que, começo a gravar e parece que não gosto de ser só eu. Com a companhia de outras pessoas torna-se mais fácil confesso”

#QUAL É O TEU CRITÉRIO A ESCOLHER OS CONVIDADOS?
“Se eu achar que vou aprender alguma coisa, será interessante para quem está a ver em casa, e em último lugar garantir visibilidade. A ideia era só ser um blog onde eu escrevia de vez em quando, e depois comecei a levar mais a sério. Acaba por ser uma forma de empreendedorismo.”

#DESPOLARIZA, E A SEGUIR?
“Não tenho objetivos definidos. Gostava sim de fazer um evento só sobre polarização e ter craques do mundo todo sobre este assunto para falar, a pessoa que me está a ajudar a tentar realizar este projeto acha que sou bastante ambicioso, mas quero ver o que consigo fazer. Começar a participar em protestos, falar com pessoas sobre o assunto e discordar de forma positiva. Escrever um livro. Tornar-me mais sustentável financeiramente.”


Hoje, o legado de Tomás é uma inspiração para todos nós, lembrando-nos do poder transformador do compromisso e da compaixão. Tudo isto é uma prova de que, através da dedicação e da procura pelo bem comum, podemos verdadeiramente fazer do mundo um lugar melhor.

 

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